Novena a São Paulo da Cruz

PRIMEIRO DIA

Eleição de São Paulo da Cruz para meditar a  Paixão de Jesus Cristo

I. Consideremos que Deus, tendo eleito o nosso Santo a pregar a Paixão do seu Unigênito, imprimiu-lhe bem cedo no coração esta devoção, que parece ter nascido com ele. Infundiu-lhe desde os mais tenros anos, um conhecimento tão vivo das acerbíssimas penas do Redentor, que  a alma de Paulo foi de piedade comovente; e o Senhor Crucificado tornou-se, desde então, o objeto de seus pensamentos e de seus afetos e a Ele consagrou todas as suas santas obras. Ò meu Deus, sejam estas penas o alimento cotidiano também da nossa mais terna devoção. 

Pai Nosso

II. Consideremos que o nosso Santo, movido de compaixão pelo Bem Crucificado, propôs desde os primeiros anos, não querer saber outra coisa que da sua Cruz : assim pode dizer com o Apóstolo: “Vivo mas não sou eu que vivo, Cristo vive em mim… o qual me amou e a Si mesmo se entregou por mim”. Ó dulcíssimo Jesus, pelos méritos de vosso Servo comunicai também a nós tal afeto à vossa Paixão, que  nos faça viver somente em Vós, morto entre mil tormentos  para restituir-nos a vida. 

Ave Maria

III.  Consideremos que o nosso Santo, levando impressa na mente e no coração a Paixão do Filho de Deus, não podia deixar de tê-la com freqüência na língua. Persuadido de ser este o meio mais eficaz para conversão dos pecadores, pregou sempre Jesus Crucificado e usou da Cruz  como de uma arma potentíssima para combater o vício e converter  toda sorte de pecadores. Ó amantíssimo Redentor, gravai também em nossos corações a memória da vossa Santíssima Paixão, para que, com a Palavra e com o exemplo possamos imprimi-la no coração do vosso povo.

Glória ao Pai

  Oração para todos os dias da novena

Ó glorioso São Paulo da Cruz, que fostes na terra espelho de inocência e exemplar de penitência! Ó herói de santidade, escolhido por Deus para meditar dia e noite a dolorosíssima Paixão de seu Filho Unigênito e para propagar no mundo esta devoção com a palavra, com o exemplo e por meio do vosso Instituto! Ó apóstolo poderoso em palavras e obras, que passastes a vida a conduzir ao pés do crucifixo as almas transviadas de tantos míseros pecadores, lá do céu volvei os olhos para a minha alma e ouvi, propício, as minhas súplicas. Alcançai-me um amor tão grande a Jesus Crucificado que, meditando continuamente em suas dores, faça meus os seus sofrimentos, reconheça nas profundas chagas do meu divino Salvador a malícia dos meus pecados e nelas vá haurir, como em fontes de salvação, a graça de os chorar amargamente e uma vontade eficaz de vos imitar na penitência, já que não soube imitar-vos na inocência.

Alcançai-me também, ó glorioso Santo, a graça que, prostrado aqui aos vosso pés, mais particularmente e instantemente vos peço…………. Impetrai à Santa Igreja, nossa mãe, a vitória sobre os seus inimigos, aos pecadores a conversão, aos hereges e, especialmente à Inglaterra, pela qual tanto orastes, o regresso à Fé Católica.

Finalmente alcançai-me de Deus uma boa e santa morte, para que um dia possa ir gozar convosco no céu por toda a eternidade. Assim seja.

*****

SEGUNDO DIA
Inocência de São Paulo da Cruz

I. Consideremos que São Paulo da Cruz prevenido pela graça divina, teve a feliz sorte de odiar e  evitar sempre o pecado. Ele o considerava causa funestíssima, antes, como renovação da Paixão e Morte do Redentor; e esse pensamento, tanto lhe ocupava a mente que lhe introduziu no coração tão grande horror à culpa, conservando-o sempre ilibado, mantendo intacta a inocência batismal. Venturosíssimo Santo! Ó vós, que fostes tão zeloso guarda da vossa inocência, obtende a nós, pobres pecadores, chorar amargamente o termos perdido a nossa.

Pai Nosso

II. Consideremos como  pode o nosso Santo, manter a sua inocência batismal, num século tão corrompido como foi aquele em que viveu. Ele encarou sempre o pecado como sumo mal, em relação a Deus de quem despreza a honra e em relação ao homem, que torna miserável no tempo e na eternidade; da vista de impiedade tão abominável fugia horrorizado até da sombra da culpa. Oh! Amabilíssimo Redentor, pela intercessão de vosso Servo, iluminai-nos também, fazei-nos conhecer tão grande mal que se comete pecando, para que por nossa malícia não venhamos a perdermos como castigo do desprezo da vossa glória.

Ave Maria

III. Consideremos que este anjo de pureza para defender sua rara inocência, valeu-se da Presença de Deus e de um amor terníssimo e apaixonado para com o Redentor padecente. Com esta armadura ele soube defender-se dos assaltos das tentações e manter-se ilibado entre tantas ocasiões e perigos por todo o curso de sua vida octogenária. Miseráveis de nós, como somos diferentes do nosso Santo!… Colocando em perigo a nossa inocência desde nossos primeiros anos, começamos assim logo a pecar!… Ó inocentíssimo São Paulo, impetrai-nos uma fé viva na Presença divina e um terno amor a Jesus Crucificado, que nos faça sempre rejeitar os enganos das atrações sensuais e as seduções do mundo, para não nos apartar-nos nunca mais da divina caridade.

Glória ao Pai

Oração para todos os dias da novena (conforme está no primeiro dia)

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TERCEIRO DIA

Penitência de São Paulo da Cruz

I. Consideremos como Deus, que quer ver os seus eleitos conformes à imagem do seu Divino Filho, preparou São Paulo da Cruz para um extraordinário sofrimento. Com locuções internas, indicou-lhe as duras provas e os graves sofrimentos, que por seu amor, haveria de sustentar e, por essas locuções, acendeu nele um tão vivo desejo da Cruz, que correu em espírito a abraçá-la, para conformar-se ao seu Redentor Crucificado. Todavia Paulo era inocentíssimo!… E nós, pecadores, nos  atemorizamos  só de ouvir o nome de penitência, fora da qual não há salvação!… Ó apaixonado Redentor, pelos méritos de vosso servo, dai-nos o verdadeiro espírito de penitência, para que expiemos as nossas culpas e nos assemelhemos a Vós.

Pai Nosso

II. Consideremos que a ardentíssima sêde de padecer levou o nosso Santo a dominar o seu corpo tão  asperamente que o tornou um dos maiores ascetas dos últimos séculos. Passar as noites em longas vigílias de oração, dormir as poucas horas de repouso no duro pavimento,  dilacerar-se com asperíssimos flagelos , extenuar-se com rigorosos jejuns, foram as preferências de Paulo na sua juventude. E em todo o período de sua santíssima vida, quem poderá dizer a quais excessos o levou o desejo de sofrer, para conformar-se ao Crucificado, seu Sumo Bem?… Esta penitência, tão austera, oh! Quanto condena a nossa delicadeza!… Ó Senhor, fazei que olhemos este corpo como inimigo da alma e pelos méritos do vosso Servo, concedei-nos tê-lo sempre sujeito ao espírito.         

Ave Maria

III. Consideremos finalmente o motivo que tornou  amável ao nosso asceta tão extraordinária penitência. Ponderando como o Filho Unigênito de Deus foi abandonado por nós, pelo Pai a uma paixão e morte atrocíssimas, consumia-se de amor compassivo para com Ele. E como o amor é virtude unitiva, que transforma o amante no amado, assim, tão doce se tornava o sofrimento, para imitar o seu Bem Crucificado, que nele encontrava o princípio e a causa de toda alegria. Oh! Quanto é verdade que uma alma enamorada não é capaz de sofrer, porque o mesmo sofrimento pelo amado se lhe torna sobremodo amável. Ó adorado Redentor, pelos méritos do vosso amantíssimo servo, infundi também em nós este amor compassivo, que nos torne amáveis as tribulações, característica distintiva dos predestinados à Glória.        

Glória 

Oração para todos os dias da novena (conforme está no primeiro dia) 

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QUARTO DIA

Humildade de São Paulo da Cruz

I. Consideremos que São Paulo da Cruz meditando continuamente sobre o seu Redentor padecente, humilhado por nosso amor, até à morte de Cruz, teve desejo vivíssimo de tornar-se, também ele, “o opróbrio dos homens e o rebotalho da plebe”. E o amoroso Redentor, comprazendo-se desse desejo, depois de havê-lo ensinado a respeito da virtude da humildade, a ele tão cara, tornou-o humilde …potente em obras e palavras, tinha sempre os olhos fixos na sua miséria, e dava a Deus só , toda a glória. Ó piedoso Senhor, que fizeste Paulo um tão raro modelo de santa humildade, oh!, sarai a nossa desacordo com a vossa graça; e pelos méritos do vosso Servo, fazei que também nós, aprendamos a sermos mansos e humildes de coração.

Pai nosso

II. Consideremos quanto foi profunda a humildade do nosso Santo. Persuadido, por luz celeste, que o abaixar-se em espírito é aquilo que mais agrada ao excelso Filho de Deus, desprezou-se a si mesmo e se teve por vil, tendo-se em conta de nada. Por isso não consentiu nunca algum pensamento de vaidade, de ambição, de soberba, mas teve sempre de si o mais baixo conceito. Ó grande rei das almas humildes, quão diferente de nós o vosso Paulo! Ele inocente e nós pecadores; ele adornado de virtudes, e nós carregados de vícios; ele rico de tantos dons, e nos circundados de tantas misérias; Todavia,  ele humilíssimo, e nós soberbos!…Oh! compadecei-vos da nossa infelicidade, e pelos méritos de tão grande santo, concedei-nos aquele conhecimento do nosso nada, indispensável para adquirir a verdadeira humildade.    

 Ave Maria

III.  Consideremos como a verdadeira humildade de coração do nosso Santo aparece externamente com as obras. Habituado desde os mais tenros anos, a meditar as penas e opróbrios do filho de Deus humanado, não só fugia de toda sombra de glória, escondendo-se com santa indústria os dons celestes, dos quais fora enriquecido, mas andava à procura de afrontas e de desprezo. Ó apaixonado Redentor, que será de nós, no vosso juízo? De nós que somos tão fáceis ressentir-nos de qualquer injúria e de fazer barulho por qualquer ultraje? Ó perdoai-nos, por piedade; e pelos méritos do vosso servo, infundi-nos tal espírito de verdadeira humildade, que desprezando-nos a nós mesmos aqui na terra, mereçamos um dia sermos glorificados no Céu.     

Glória ao Pai

Oração para todos os dias da novena (conforme está no primeiro dia)

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QUINTO DIA

Paciência de São Paulo da Cruz

I. Consideremos que, como a humildade, foi heróica a paciência do Santo. Nas suas freqüentes e dolorosas enfermidades, com o pensamento voltado às penas do seu amado Redentor, sofria de boa vontade qualquer ultraje , bem conhecendo o precioso tesouro do sofrimento somente por amor dele que, com infinita mansidão tanto sofreu por nosso amor.  Suportando com perfeita resignação angústias e desgraças , jamais abriu a boca, nem demonstrou o mínimo sinal de impaciência. Miseráveis de nós, que não sabemos suportar o menor mal, e em nossas adversidades nunca adoramos a vontade de Deus, com plena resignação  da nossa. !…Ó Jesus, verdadeiro Deus de paciência, pelos méritos de vosso servo, concedei-nos aquela perfeita resignação, que é o verdadeiro distintivo das almas eleitas.                     

Pai Nosso

II. Consideremos que o mundo e o inferno concorreram, para tornar o nosso Santo um verdadeiro herói de paciência. Fundador de uma nova Congregação Religiosa, que lhe fora diversas vezes revelada em celestes visões, homens perversos e Satanás conspiraram juntamente para impedi-lo; e tais foram as dolorosas penúrias à que reduziram o Santo fundador, tantas as angústias, com as quais o afligiram, que devia repetir com o Apóstolo: Estou em continuo sofrimento, sem nenhum descanso, nem por dentro, nem por fora.. Ele todavia com fortaleza e coragem, que tirava da meditação da crudelíssima contradição que o Divino Redentor sustentou dos pecadores, reprimia todo ressentimento; e quanto mais pesados eram os golpes que recebia, tanto mais sólida se tornava a sua paciência. Ó Senhor, socorrei a nossa debilidade com a força da vossa santa Paixão; e pela heróica paciência do vosso Servo, concedei-nos vencer a guerra, que nos move o mundo e o inferno, conjurados para nossa ruína espiritual.                 

Ave Maria

III.  Consideremos a generosidade, que o nosso pacientíssimo Santo usou para com os perseguidores. Tendo aprendido do Senhor Crucificado a padecer e calar, e a retribuir o bem pelo mal, surdo às injúrias, mudo à defesa, imperturbável a todo maltrato, praticou sempre quanto ensina o Apóstolo: “Não vos deixeis vencer pelo mal, mas triunfa do mal, pelo bem.” Portanto, perdoou a quem o ofendia, amou a quem o odiava, acolheu com sinceras demonstrações de afeto os seus adversários; e considerando-os como seus benfeitores, fez-lhes o maior bem. Ó Redentor amantíssimo, fazei-nos entender bem esta verdade, que um cristão, vosso verdadeiro seguidor, não pode ser inimigo de quem quer que seja, devendo amor a todos como irmãos; e pelos méritos do vosso servo, concedei-nos uma paciente caridade, que tudo suporta, tudo perdoa, a todos olha em Deus, e a todos beneficia.          

Glória ao Pai

 Oração para todos os dias da novena (conforme está no primeiro dia)

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SEXTO DIA

Pureza de São Paulo da Cruz

I. Consideremos que o nosso Santo, enriquecido de particulares graças para guardar desde a infância a santa pureza, teve-a em tanto apreço, que a conservou intacta ao fim da vida. E para guardar mais ciosamente esse tão precioso tesouro, foi Paulo ainda animado pela grande Virgem Maria, que aumentou-lhe o apreço e lhe obteve de Deus a singularíssima graça de reprimir com o próprio sangue, revolvendo-se entre os espinhos toda rebelião contra a virtude angélica. Ó Jesus, candor de luz eterna e espelho sem mancha. Oh! Pelos méritos de vosso puríssimo servo, iluminai-nos para conhecermos os perigos dessa bela virtude, e dai-nos a graça de vencer todas as tentações, que poderiam roubar-nos este inestimável tesouro.

Pai Nosso.

II. Consideremos como Deus fez admiravelmente resplandecer este dom de singular pureza em São Paulo da Cruz. E seu corpo exalava freqüentemente o mais suave perfume. E invocado o seu socorro por quem estivesse em ocasião de pecado, dissipava-se subitamente toda impura tentação, ainda que o Santo estivesse ausente. E agradou tanto por esta virtude não só aos homens, mas aos mesmos Anjos, que o acompanhavam, o defendiam e as vezes o transportavam de um lugar a outro. Porém, mais que aos espíritos angélicos foi ele querido a Maria, Mãe de pureza, a qual apareceu-lhe várias vezes e em penhor de seu terníssimo amor, posou-lhe sua mão virginal sobre a cabeça. Amantíssimo Redentor, fazei-nos entender bem esta verdade. Nós estamos profundamente humilhados ao ver-nos tão longe daquela pureza de mente e de coração, da qual o vosso servo foi esplendidamente adornado. Oh! Fazei que ele seja para nós refúgio e defesa contra as lisonjas do mundo, que nos arrastam ao vício contrário à bela virtude.

Ave Maria

III.  Consideremos quais foram os meios usados pelo nosso Santo, para não perder o inestimável tesouro da angélica pureza. Ele castigava o seu corpo inocente com ásperas penitências para tê-lo sujeito ao espírito, e como bem sabia que os olhos são as portas funestas, por onde entra a morte na alma, guardou-os sempre com a mais rara modéstia. Persuadido, pois, que, sem especial graça de Deus poderia conservar intacto o candor de sua virginal pureza, viveu sempre com a mente e o coração escondidos nas Chagas do seu amado Senhor, foi sempre devotíssimo da grande Virgem Maria. Ó Virgem das virgens, imaculada Mãe de Deus, pelos méritos de vosso devotíssimo Paulo, obtende-nos o espírito de penitência e oração, para que possamos conservar a pureza do coração e da alma.

Glória.

Oração para todos os dias da novena (conforme está no primeiro dia) 

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SÉTIMO DIA

Caridade de São Paulo da Cruz para com o próximo

I. Consideremos que o nosso Santo vendo no próximo a viva imagem de Deus, o amou sempre com o mais terno amor. Ensinado pelo Discípulo predileto que uma caridade privada de obras, é uma planta estéril, Paulo à semelhança do seu apaixonado Redentor, acorria solícito onde percebia maior necessidade de seus irmãos e oprimidos, os defendia; aflitos, os consolava; nús, os recobria; restaurava os famintos; servia os enfermos; assistia os agonizantes; em suma cumpriu exatamente o divino preceito “Reparte com os famintos o teu pão; recolhe em tua casa os pobres e os peregrinos; se vir um nú, cobre-o e não despreze a tua carne”. Redentor amantíssimo, verdadeiro Deus, caridade essencial, pelos méritos de vosso servo, dai-nos entranhas de misericórdia para com as necessidades e misérias alheias, e fazei que reconhecendo – Vos em nossos semelhantes, feito pobre por nossa salvação, usemos sempre para com eles, com palavras e obras, aquela caridosa compaixão, que Vós mesmos nos ordenastes.

Pai Nosso

II. Consideremos como o zelo pela salvação das almas, primeiro efeito da verdadeira caridade, acendeu ardentemente o coração de Paulo. Este verdadeiro amante de seus irmãos, que errantes pelos negros caminhos da culpa, todo pressuroso  do seu retorno nas sendas da graça, os chamava a si, convidando-os com as mais férvidas orações.

E quando vinham a ele, acolhia-os com afabilidade e doçura admiráveis; e se tardavam andava ao seu encalço, todo ansioso por rendê-los à penitência. Aumentava as suas indústrias à medida que percebia os mais obstinados e perdidos atrás do erro e do vício, buscava mais com as lágrimas que com exortações de acabar com a sua obstinação; e não desistia da sua santa persistência, até que não houvesse ganho as almas.

Ó Senhor piedosíssimo, pelos méritos de vosso fiel servo, dai-nos um coração todo propenso à compaixão pelos pecadores, para que interessando-nos com a sua regeneração, possamos ao menos com a oração, e conselho, trabalhar para sua eterna salvação.

Ave Maria

III. Consideremos que a caridade em São Paulo da Cruz foi o foco, que acendeu o seu zelo, este foi, pois, a chama bendita, que consumiu a sua vida. No ver inumeráveis almas que, privadas por sua culpa, do fruto da Paixão do Redentor, perdiam-se eternamente, exclamava com o Apóstolo: “Tenho grande tristeza e contínua angústia no meu coração”.  Porém, não satisfeito de suspirar diante de Deus, ocupava-se com todo empenho, e quase esquecido de si mesmo, em procurar a sua salvação. Era assíduo no pregar a penitência, corajoso em  afrontar os incômodos, trabalhos e perigos, com aquele heroísmo de engenhosa caridade, que está sempre pronto a qualquer sacrifício. Este heróico zelo confunde profundamente a nossa fria insensibilidade!.. Nós ao invés de zelar pela salvação do próximo, com o nossos maus exemplos,  damos-lhe  ocasião de se perder!…

Ó perdoai-nos, Senhor clementíssimo, não permitais jamais que, por nosso culpa pereça alguma alma, por Vós remida ao preço de tantos sofrimentos e de tão longo martírio.

Glória.

 Oração para todos os dias da novena (conforme está no primeiro dia)

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OITAVO DIA

Amor de São Paulo da Cruz para com Deus

I. Consideremos que o nosso Santo  seduzido da doçura da Caridade divina, amou a Deus, tão logo o conheceu, e este amor se apoderou tanto de sua alma, que  ele nunca perdeu a habitual presença de Deus e o recolhimento interno, de modo que se podia dizer, que ele fazia oração durante o dia todo. Com a assídua meditação de Jesus Crucificado, experimentou quão doce e quão suave, é o Senhor. Encontrava nele o seu repouso, o seu tesouro e o objeto das suas inefáveis delícias. 

Oh, por amor que vos teve o vosso servo, ó amantíssimo Redentor das nossas almas, inflamai-nos o coração para  que possamos amar-vos , como nos ordenastes: com toda a alma e com todas as forças.

Pai Nosso

II. Consideremos, que o nosso Santo, com um dom a poucos concedido, passou por todos os graus da mais sublime contemplação, até chegar ao místico esponsalício com seu amado Senhor. Nesse felicíssimo estado, ele desfalecia de amor e,  ora pálido, caía em suaves  êxtases; ora acendia-se-lhe o rosto de tão clara luz, que não se podia fixar-lhe o olhar. Transformado todo em Deus por amor, como Paulo Apóstolo, não podia mais sofrer os laços do corpo, e suspirava continuamente fossem  desfeitos, para voar com o espírito e unir-se perfeitamente ao seu Bem. Miseráveis de nós!…tendo posto o coração em tudo,  menos em Deus, tudo amamos mais que a este Sumo Bem, fonte de verdadeira felicidade.

Ah! Senhor, pelos méritos de vosso amadíssimo servo, fazei o vosso amor predominar em nós, porque muito infeliz é aquela alma, a qual Deus não basta.

Ave-Maria

III.  Consideremos que o meio do qual São Paulo da Cruz se serviu para acender no próprio coração uma tão grande chama de amor celeste foi, principalmente,  a memória de Jesus Crucificado. Nele se concentrou sempre com todos os pensamentos e afetos, inflamando-se de terna gratidão e desejo de sofrer, para participar da sua santíssima Paixão.

Ó Redentor divino, pelos méritos do vosso amantíssimo servo, concedei-nos um profundo conhecimento das vossas acerbíssimas penas, a fim de que  meditando-as continuamente, nos acendamos de amor, e possamos gozar um dia as delícias inefáveis, que Vós preparastes àqueles, que sinceramente vos amam.            

Glória

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NONO DIA

Morte de São Paulo da Cruz

I. Consideremos que o nosso Santo, teve muitas vezes, a visão do Paraíso, conhecendo quanto é possível aqui na terra, como as almas bem-aventuradas vêem a Deus, e amam com vivíssimo ardor de caridade, quase nele se transformando. Por isso olhava ele todas as coisas  terrenas como vis e desprezíveis a ponto de sentir  sempre qual um peso,  a vida:  ardia de desejo de morrer, para unir-se ao Sumo Bem, e dissedentar-se à fonte inexausta da verdadeira felicidade. Oh, misericordioso  Senhor, pelos méritos do vosso servo amantíssimo, infundi-nos uma luz celeste, que nos descubra a vaidade do mundo, e  eleve o nosso desejo  às eternas alegrias do céu. 

Pai Nosso

II. Consideremos que a morte do nosso Santo foi um eco precioso da sua virtuosíssima vida. Ele ansiava por  ser libertado da prisão corpórea, para voar ao céu; e por isso com o semblante plácido e a fronte serena, entre transportes de terníssimos afetos, se dispunha ao desenlace, tendo o coração sempre tranqüilo e todo aceso de amor, e a mente sempre livre e toda absorta em Deus. Chegado ao extremo, rico de méritos passou jubiloso deste mísero mundo, à sede da alegria; do exílio da terra à pátria do céu. Ó apaixonado Redentor, que tornastes o vosso Servo, em vida e em morte, um luminoso exemplo de santidade, oh fazei-me compreender com a vossa graça que, para morrer a morte dos justos, é necessário modelar a nossa vida.  

Ave Maria

III. Consideremos que apenas saída do corpo a bela alma do nosso Paulo, um só foi o sentimento de todos os presentes, que ele tivesse imediatamente voado ao Paraíso: e experimentaram em si a mudança da tristeza e da dor em alegria. A sua face mudou de aspecto e tornou-se belíssima: o seu corpo se manteve flexível, como vivo; a alma foi vista por várias  pessoas, na mesma hora do seu feliz trânsito, circundada de raios e jubilante rumo ao Céu. Eis a glória eterna que mereceram a São Paulo da Cruz a inocência da vida, as tribulações, os padecimentos, o zelo em promover o culto à Paixão do Redentor e a salvação das almas!… Ó nosso Redentor Divino, quanto  é verdade que não se podem comparar as penas da vida presente àquela glória, da qual Vós enriqueceis os vossos amantes na vida futura! Dai a todos nós desejarmos  conseguir as mercês, que vós prodigalizastes ao vosso Paulo. Concedei-nos pelos seus méritos a graça de reproduzir-lhe as virtudes e imitar-lhe os exemplos.

Glória.

Oração para todos os dias da novena (conforme está no primeiro dia) 

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