É devido a uma “gota d’água”!
A atenção das pessoas que chegam ao Mosteiro Santa Gema, dirige-se espontaneamente para a grande e linda imagem de São José. Por esse sinal percebem que a Comunidade tem uma especial devoção a São José e sentem naturalmente o desejo de saber o porquê da homenagem. São muitos os motivos. Por quase infinitos títulos nós, cristãos católicos, o amamos e honramos e a ele recorremos. São José, é o pai adotivo de Jesus, fazendo as vezes de Deus Pai na terra junto a Ele. Ele é o Patrono Universal da Igreja, por isso ele também é o pai, guarda e protetor de todos nós, irmãos e irmãs de Jesus. É também o Copatrono da Congregação Passionista… Além desses motivos, temos uma experiência muito forte que denominamos “Gota d’água”.
Desde 1982, ano em que foi inaugurado este mosteiro, ao lado da Rodovia Raposo Tavares, Km 20,5, a Comunidade recebia água potável de uma pessoa amiga e caridosa. Tínhamos um pequeno poço comum, de água não potável, que utilizávamos para a limpeza e outros afazeres. Mas no decorrer de 1986 a Comunidade começou a depender da água das chuvas, pois que ao citado benfeitor veio a faltar de modo absoluto, condições para manter o fornecimento e as monjas não tinham outro meio, a não ser, recorrer ao Criador.
A então Superiora do Mosteiro, Madre Maria Catarina de São Miguel Arcanjo, que com terna devoção e filial confiança costumava invocar a São José em todas as necessidades, propôs à Comunidade fazer uma Procissão, durante nove dias, levando à frente uma pequena imagem do Santo, pois “quem é o servo fiel e prudente que o Senhor constituiu sobre os de sua família para dar-lhes o sustento a seu tempo?” (Mt 24, 45) As religiosas acolheram com entusiasmo a proposta e, no mesmo dia deu-se início à Novena. No decorrer desta surgiu a inspiração de se fazer uma Campanha para conseguirmos um poço artesiano, por não ser aconselhável o poço comum, uma vez que o existente não era potável. No nono dia da novena, durante a Procissão que, vindo do morro (elevação no terreno da clausura) entrava no quintal, Madre Catarina inclinou-se e colocou no chão uma medalhinha de São José.
Confiante a Madre, com o auxílio de pessoas amigas, promoveu a Campanha e, em breve tempo, foi possível a realização do trabalho, pois o povo de Deus respondeu com generosidade.
Inicialmente, os profissionais resistiram em perfurar no local indicado pela Madre, (o da medalhinha) alertando que o mosteiro corria o risco de esgotar seus recursos e continuar sem água. A Madre não vacilou um instante, respondia invariavelmente com muita paz e serenidade: “Podem perfurar aqui mesmo, vai ter água, sim!”
Aos 40 metros de perfuração encontraram água potável e aconselharam parar por aí e garantir o sucesso já alcançado, para não vir a perder o bom tentando obter o melhor. A Madre não se perturbou e assumiu a responsabilidade, certíssima do pleno êxito, pela intercessão de São José.
“E foi profeta!” Foi encontrada límpida e deliciosa água potável, com ótima e constante vazão a 71 metros de perfuração, dos quais 40 de rocha.
Esta foi a “gota d’água” em forma de “poço d’água” que fez transbordar nossa gratidão a tal ponto que não pudemos mais reter a sua manifestação somente em âmbito comunitário, onde sua festa sempre foi celebrada com grande solenidade e lhe eram consagradas todas as quartas feiras do ano com orações e obséquios especiais.
Nesse tempo adquirimos uma imagem de São José que era venerada no Coro, bem visível da Capela do mosteiro. Em 1991 decidimos erigir uma imagem de São José, de 1,80 metros, à entrada do Mosteiro, como memorial do nosso amor e gratidão. Considerando que o coração de todo cristão católico transborda de semelhantes sentimentos convidamos, através de uma Campanha Espiritual “Ide a José”, a todos os amigos do mosteiro e fiéis em geral, para junto prestarmos esse ato de veneração.
Providencialmente, a primeira pessoa com quem partilhamos o nosso projeto foi o Sr. Bento Pinto de Barros Filho que, com sua querida mãe, havia anos aguardava tal oportunidade. Por uma exigência do coração quis doar a imagem e, pessoalmente, providenciar tudo o que se fizesse necessário.
No dia 4 de maio de 1991, o sábado mais próximo à festa de São José Operário (01/05) concretizou-se nosso sonho: a imagem de São José foi benzida e entronizada à entrada do Mosteiro Santa Gema, em frente à Capela, após a solene Celebração Eucarística, presidida pelo nosso amadíssimo e saudoso Dom Francisco Manuel Vieira, então Bispo Diocesano de Osasco.
Há 30 anos desse dia memorável, neste Ano de São José, 2021, Dom João Bosco, Pai e Chefe da Família Diocesana de Osasco, celebra no nosso mosteiro a solenidade do glorioso Pai e Chefe da Sagrada Família de Nazaré e da Igreja, dando continuidade à tradição que se criou e ganhou corpo espontaneamente do grande amor e devoção de Dom Francisco, Dom Ercílio Turco e Dom João Bosco por São José e também pelo amor e solicitude paterna deles para conosco. Ao redor do Bispo, se reúnem a Guarda do Santíssimo e os amigos da Comunidade para louvar e glorificar a Deus pelo Pai que nos deu na sua amorosa Providência e implorar conversão, graça e misericórdia para toda a Família Humana que geme presa à cruz da pandemia e das outras terríveis cruzes de sua própria invenção. São José nos assista e auxilie sempre. Amém!
Comunidade do Mosteiro Santa Gema