Congregação

Instituto das Religiosas da Paixão de Jesus Cristo

A fundação do Instituto das Religiosas da Paixão de Jesus Cristo

 …A fundação, que espero, será de grande esplendor e edificação a todo o mundo, e quando souberes das circunstâncias ficarás estupefata e bendirás e magnificarás as misericórdias de Deus, que só sabe fazer coisas maravilhosas”.

(Carta de São Paulo da Cruz à sra. Anna Maria Calcagnini, a 26 . 11. 1770)

O desejo de São Paulo da Cruz de fundar um ramo feminino da Congregação da Paixão, a história já o registra desde 1734. A 10 de setembro desse ano, em uma carta a uma jovem mística, Inês Grazi, de Orbetello (Itália), da qual era Diretor Espiritual, o Santo, referindo-se a duas jovens de Pitigliano (Itália), escreve:

“Acredito que Deus queira grandes coisas

dessas duas jovens tão delicadas e cheias

de amor de Deus. Espero que um dia serão nossas companheiras na vivência do Carisma Passionista”.

Inês Grazi, já havia confidenciado a Paulo a revelação que tivera de que ele fundaria um Instituto de virgens dedicadas à Paixão do Senhor.

Lucia Burlini, outra jovem de grande santidade, que também desejava viver o Carisma passionista, em resposta a uma carta de S. Paulo da Cruz, escreve-lhe:

“…Quando V. Revcia. me mandou orar nas intenções do Mosteiro, orei com todo o ardor do meu espírito, após a Comunhão; e em todas as vezes que meditava, o Senhor me dava a entender que “esta casa” e toda a Congregação era fundada e estabelecida no Calvário, na Humanidade de Jesus Crucificado na terra…”.

“….Depois disto pedi ao Senhor me fizesse entender, de qualquer forma, se seria fundado o Mosteiro feminino; de relance, pareceu-me estar no Calvário, onde vi Jesus Crucificado e aos pés da Cruz, multidão de almas que, como pombas viuvas, choravam o seu Esposo morto: uma limpava as feridas ensangüentadas; outra, com o bico, ajustavam parcelas da pele deslocada; estas sugavam junto à Cruz o sangue divino, embalsamando o seu coração; aquelas, como inocentes pombas; faziam seus ninhos em suas santíssimas chagas. Em seguida, vi que o Senhor revestia estas belas almas com uma veste mais branca do que a neve, ornada por diversas flores vermelhas e escuras e toda listada de ouro, nas extremidades, nos pés, na cintura, nos braços e no peito.

Entendi que a alvura da veste, era a pureza e a inocência do Cordeiro Imaculado, morto por nós à qual devia corresponder a pureza da alma; as flores vermelhas, eram os méritos do Sangue inocente de Jesus, as escuras, eram as afrontas e desprezos feitos ao Senhor, e o ouro representava a caridade do amabilíssimo Senhor.

Além disso, foi-me dado perceber que a Ssma. Virgem Maria dava a essas almas uma sobreveste, como um manto de púrpura adornado de flores de ouro, que significavam todos os passos da Paixão do Senhor. Entendi que, no Céu, os religiosos da sobredita Congregação da Paixão de Jesus Cristo tinham o mesmo ornamento; com a diferença dos que trajavam a veste sacerdotal, todos, santos homens como mulheres, ocupavam no céu o mesmo lugar. Relatei-lhe com simplicidade tudo o que, mais de uma vez, pude perceber na minha oração”.

Mas, Paulo aguardou ainda por muitos anos a certeza da vontade e da hora de Deus a esse respeito.

Desde 1736 a 1748, o Santo Fundador passou por terríveis dificuldades, que tornavam inviáveis quaisquer projetos de Fundação.

Paulo falando dessas dificuldades conclui dizendo: “O Senhor é quem lançará a “pedra fundamental”.

E Deus que “só sabe fazer coisas maravilhosas” e não desampara quem nele confia, foi operando, dirigindo os acontecimentos…

Em setembro de 1739, ministrando um Retiro Espiritual, às religiosas de um Mosteiro beneditino de Tarquínia (Itália), São Paulo da Cruz conheceu Madre Maria Crucifixa, aquela que Deus tinha escolhido para ser a primeira monja passionista, a primeira Superiora e Formadora do futuro Instituto. Deus já havia revelado seus desígnios a Paulo. Era uma religiosa de altíssima santidade, identificada com Jesus Crucificado.

O Senhor inspirou ao irmão dessa religiosa e à sua esposa aplicarem seus bens patrimoniais na construção de uma obra pia na Igreja. Conhecendo São Paulo da Cruz e seus missionários, ofereceram-se para construir um mosteiro naquela cidade, para que o Santo colocasse nele as suas monjas.

As coisas foram acontecendo, o Fundador orientava pessoalmente suas futuras filhas, de modo especial a Co – Fundadora.

Superando obstáculos humanamente intransponíveis, com intervenções decisivas do próprio Papa, Clemente XIV, com a colaboração dos religiosos passionistas, especialmente do Padre João Maria de Santo Inácio Mártir que, inclusive representou o Fundador, então enfermo, na inauguração do Mosteiro, como seu Delegado, no dia 03 de maio de l771, realizaram-se as profecias: as “pombas” estabeleceram-se no Calvário, com Maria, ao pé da Cruz e no Coração do Amor


Congregação das Religiosas da Paixão de Jesus Cristo

Uma estrutura jurídica de Comunhão:

A Congregação das Religiosas da Paixão de Jesus Cristo

(Do Decreto de Aprovação dado a 29 de junho de 2018, Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo)

 

            A 3 de maio de 1771, com a vestição da Venerável Madre Maria Crucifixa, no século Faustina Geltrude Costantini, e das primeiras companheiras, e com a ereção do Primeiro Mosteiro de Tarquinia, São Paulo da Cruz via realizado o impulso do Espírito Santo de dar início, junto ao Instituto religioso masculino dos Clérigos da Santíssima Cruz e Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, hoje denominado Congregação da Paixão de Jesus Cristo (Passionistas), também a um ramo feminino de Religiosas claustrais que, “ad instar monalium” no silêncio e na oração se assemelhassem em tudo “a Jesus Crucificado e a Nossa Senhora das Dores” (Reg e Cost. Cap. I), e com a vida de oração, escondimento, solidão e penitência, aliviassem as chagas do Crucificado, mas também de tantos crucificados de ontem e de hoje.

            No tempo, com o testemunho da riqueza e fecundidade do carisma passionista, com a graça do Espírito Santo e a aprovação da competente Autoridade da Igreja, diversos mosteiros sui iuris surgiram  nos vários continentes. Professando as mesmas Regras e Constituições aprovadas pela Sé Apostólica, as Religiosas passionistas viveram sempre em estreita comunhão de vida e de intenção entre elas e uma estreita ligação com os Religiosos da Congregação da Paixão de Jesus Cristo.

            Depois de um caminho de reflexão e de aprofundamento do comum patrimônio carismático e de verificação das estruturas de vida e de governo, conduzido sob a guia da Reverenda Irmã Fernanda Barbiero, smsd, Delegada Geral da Sé Apostólica, e à luz das circunstâncias atuais e das diversas condições nas quais se encontram os mosteiros, localizados em diferentes contextos geográficos, culturais e eclesiais, amadureceu a convicção da oportunidade e da necessidade de ter uma estrutura de vida e de governo que feita, salva a autonomia de cada mosteiro sui iuris, contribua a implementar a comum pertença carismática e a missão confiada pela Igreja.

            Portanto, depois de prolongada e ampla consulta com os mosteiros interessados, vista a instância apresentada pela Reverenda Delegada Geral na data de 25 de janeiro de 2018, considerando  quanto indicado na Cost. Ap. Vultum Dei quaerere sobre a vida contemplativa, do Sumo Pontífice Francisco, com particular referência aos nn. 28-30, este Dicastério com o presente decreto erige a

CONGREGAÇÃO

DAS MONJAS DA PAIXÃO DE JESUS CRISTO

composta de todos os mosteiros sui iuris que professam a Regra e as Constituições do Fundador, São Paulo da Cruz, e as Declarações elaboradas segundo a faculdade concedida pela Santa Sé aos mesmos mosteiros, na data de 26 de maio de 1977.

            Além disto, aprova e confirma os Estatutos gerais que a regem, segundo o exemplar em língua italiana, conservado no próprio arquivo.

            Com o mesmo Decreto autoriza-se também a Reverenda Delegada Geral da Sé Apostólica a convocar e presidir o primeiro Capítulo geral, à norma dos Estatutos gerais supramencionados.

            Desejando que a nova estrutura de vida e de comunhão contribua a promover e incrementar o carisma passionista e a salvaguardar o genuíno espírito contemplativo claustral, formulamos o mais sincero augúrio que, fiéis as intenções do Fundador, São Paulo da Cruz, as Monjas Passionistas continuem a ser na Igreja e para a Igreja, através da oração e da oferta de si em união ao Amor Crucificado, testemunho para o mundo da riqueza e da beleza de uma vida inteiramente doada a Deus.

                                    Não obstante qualquer disposição contrária.

      Do Vaticano, 29 de junho de 2018, Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.

João Braz Card. de Aviz – Prefeito

José Rodrigez Carballo, OFM – Arcebispo Secretário

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