Carisma e Espiritualidade

 
“A memória da Santíssima Paixão de Jesus Cristo é a porta que leva nossas almas à íntima união com Deus, à lembrança interior, à contemplação mais sublime. Precisamos gravá-la em nossos corações, deixar-nos penetrar pelos sofrimentos de Jesus, para que através deles o amor de Deus se acenda em nós e vivamos imersos no abismo da Divindade.”
São Paulo da Cruz, Cartas

Hábito Passionista

Maria Santíssima foi a primeira que o vestiu!
Para falar sobre o hábito Passionista, nada melhor que iniciar recordando o que diz a nossa tradição sobre como São Paulo da Cruz o viu…
“Certo dia, [São Paulo da Cruz], seguindo solitária estrada,…, apareceu-lhe a Santíssima Virgem. Estava revestida de túnica preta e trazia no peito virginal o EMBLEMA SAGRADO, extremamente branco, sobre fundo preto. Era o emblema em forma de  coração encimado por pequena cruz, tendo no centro o lema da Paixão e em baixo três cravos.
Maria, ostentando no rosto a tristeza do Calvário, dirigiu-lhe estas palavras:
“Vês, meu filho, como estou de luto? É por causa da dolorosíssima Paixão do meu amado filho Jesus. Deves fundar uma Congregação, cujos membros se revistam de um hábito igual a este, em sinal de contínuo luto pela Paixão e Morte de meu Filho”. 
E desapareceu.
Os sentimentos que o empolgaram nessa dulcíssima aparição faziam-no exclamar, muitos anos após, inebriado de gozo:
“Oh! Como era formosa!”…
Dissiparam-se-lhe as dúvidas. Conheceu claramente a meta que lhe traçara a Providência. Compreendeu também que havia de ser angelical a pureza dos que trouxessem o hábito que a Virgem Imaculada consagrara, vestindo-o por primeiro”. ( Do livro Caçador de Almas)
 
O nosso hábito religioso é um sinal externo da nossa Consagração a Jesus no mistério da sua Paixão e Morte. Ele faz lembrar sempre a nós mesmas como também as pessoas que nos veem o infinito amor de Deus por nós, que se encarnou e morreu por nosso amor. 
Este hábito consiste em uma simples túnica preta. Na cintura levamos um cinto de couro preto com o Rosário de Nossa Senhora. E na cabeça, o véu preto. Para as noviças, o véu é branco. No dia de nossa Primeira Profissão religiosa recebemos o Sinal da Paixão e também o rosário. Nos pés, usamos sandálias, embora sapatos sejam permitidos de acordo com a necessidade.
O hábito religioso é um Sacramental. No dia anterior a vestição, ele recebe uma benção especial e no dia em que a Noviça inicia o seu noviciado há uma simples mas bela cerimônia  para receber cada parte do hábito. 
Aqui estão algumas citações do nosso rito de vestição:
Hábito:  Receba, querida irmã, o sagrado traje da Paixão, pois você irá proclamar para o mundo seu desejo de seguir Jesus Crucificado na vida Passionista.
Véu: Receba esse véu branco como noiva de Cristo. Que isso lembre você de ser dócil para a sua formação Passionista enquanto se prepara para o dia que se entregar para Jesus Crucificado pelo voto.
Cinto: Que esse cinto lembre você das correntes e cordas do seu Esposo sofredor, então que você deseje estar ligada a Ele pelos laços do amor.
A nossa vocação é a de permanecer com Nossa Senhora das Dores aos pés da Cruz de seu amado Filho! A religiosa que é revestida por esse hábito sagrado, deve nutrir em seu coração o desejo de seguir a Jesus que, “embora fosse de divina condição, humilhou-se, assumindo a condição de escrava, tornando-se obediente até a morte e morte de Cruz.” (cf. Fl 2,6-8)

A liberdade interior e exterior de quem veste o hábito religioso é fantástica. Não somos obrigadas a seguir a “ditadura” da moda!  Na simplicidade da nossa veste, exprimimos nosso sinal de total consagração a Deus!

“Certo dia, [São Paulo da Cruz], seguindo solitária estrada,…, apareceu-lhe a Santíssima Virgem. Estava revestida de túnica preta e trazia no peito virginal o EMBLEMA SAGRADO, extremamente branco, sobre fundo preto. Era o emblema em forma de coração encimado por pequena cruz, tendo no centro o lema da Paixão e em baixo três cravos.

Os Votos Passionistas

“Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” Jo 3,16
 
Ao fazer a  Profissão Religiosa, o primeiro voto que professamos é o Voto de Promover o culto e a grata memória da Paixão de Jesus Cristo. Este é o voto Específico professado pelos membros da Família Passionista e exprime o nosso Carisma e a nossa Missão. É a nossa Identidade na Igreja, que nos distingue das outras Congregações religiosas. Nós também professamos os votos de castidade, pobreza, obediência e clausura, segundo as nossas Regras e Constituições,  sempre à luz deste primeiro voto.
Como Esposas do Crucificado, desejamos cada vez mais conhecer o nosso Esposo na sua beleza, nos seus desejos e participar da sua Vida doada a todos.
A Paixão de Jesus é o “GPS” da nossa vida na sua dimensão de total entrega, doação e amor. Uma vida assinalada pela adoração, o louvor, a ação de graças e oferta, com Maria aos pés da Cruz, para atualizar o mistério da Paixão de Jesus no hoje de nossa história e pelos méritos de Jesus, obter a salvação das almas e a conversão de todos os corações.
É a Paixão de Jesus que dá inspiração e unidade à nossa vida nas suas diversas dimensões, seja pessoal, comunitária, de oração, de trabalho, etc. 
No decorrer do Ano litúrgico, temos a graça de ter um calendário próprio, aprovado pela Igreja, que nos permite adentrar mais no mistério da Paixão de Jesus através dos diversos ofícios votivos da Paixão. Como também, ao cantarmos os Divinos Louvores, sete vezes ao dia, iniciamos com o versículo: “Ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e no inferno e toda língua confesse Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai” – um ato de fé na glorificação de Nosso Senhor, graças à sua obediência ao Pai, até a morte de Cruz por amor.
 “No vosso coração e na vossa mente permaneça impressa e esculpida a Paixão de Jesus Cristo, nosso Salvador, que é a insígnia e o ornamento que trazeis, e no qual consiste o vigor e a beleza do vosso Instituto”. Dizia-nos o Papa Clemente XIV, em 1772. Palavras que continuam atuais para os nossos dias!

Devoção Mariana

            Não podemos ser seguidores de Cristo, nem chegar à perfeição, sem uma grande devoção a Maria Santíssima! Aproximar-se dela significa aproximar-se de Jesus. “No grande mar das dores de Maria pescam-se as pérolas das santas virtudes”, dizia nosso Santo Pai, São Paulo da Cruz. 

            Nos escritos de São Luís de Montfort encontramos que quando dizemos “Maria”, ela diz “Jesus”! Toda a sua vida foi “Jesus” e assim também deve ser a vida da Monja Passionista. Por isso, em nossas Regras lemos que devemos pedir a Nossa Senhora das Dores “a plena inteligência desta oferta que ela fez por primeiro ao Senhor”.(cf. RC II, 11) Uma oferta pura e agradável a Deus deve ser também a nossa vida! Ela foi a primeira vocacionada do Pai e nos ensina a servir com um coração generoso que é capaz de esquecer de si mesmo porque está todo abismado, mergulhado em Deus. Maria é o nosso Supremo Modelo para configurarmos a Jesus Cristo, nos diz as nossas Santas Regras! (cf. RC II,16)

            A devoção à nossa querida Mãe das Dores nos ajuda a compreender como o amor de Deus foi revelado e comunicado no mistério da Encarnação do Verbo e nos mistérios da sua Vida, Paixão, Morte e Ressurreição. Nossa Senhora das Dores é a Superiora do Mosteiro (RC I,56)

            Aos pés da Cruz de Jesus, com Maria, deve ser o lugar por excelência da Monja Passionista. Maria, neste momento, compadece com a Paixão do seu próprio Filho mas também padece a Paixão no seu coração, “uma espada de dor transpassará a sua alma”. (Lc 2,35). Esta compaixão que nos une a Jesus também nos orienta para os nossos irmãos e irmãs que atualmente sofrem a Paixão nos seus corpos e vidas.

            Nosso Santo Pai, São Paulo da Cruz nutria uma grande e terna devoção pela Virgem Maria. Para ele, Jesus devia ser amado com o coração de Maria: “Pedi a Virgem Maria que vos obtenha a graça de serdes feridos com o dardo agudo do amor”. E na hora das dificuldades a quem procurar, senão ela? “Nas necessidades lançai-vos nos braços de Maria Santíssima, recorrei a ela como a Mãe de misericórdia, depois não vos inquieteis, não fiqueis preocupados, não penseis em mais nada tendes fé e confiai plenamente Nela” (São Paulo da Cruz)

            Uma Monja Passionista portanto, deve ser toda “mariana”! E como expressamos visivelmente esta devoção? De diversas formas! Na graça de carregarmos em nosso cinto o Rosário mariano, na oração diária em comunidade do terço mariano, na devoção as sete dores de Maria, na prática de diversas novenas em sua honra no decorrer do ano litúrgico, na oração do Angelus, etc. Podemos dizer que o nosso dia começa e termina com Maria. Logo após a oração de Laudes nossa comunidade reza uma bela oração:

Nossa Senhora, nossa Rainha, nossa Mãe, pelo Nome de Jesus, pelo amor de Jesus, vos imploramos de tomar nas vossas mãos a nossa causa e garantir-lhe o bom sucesso.Mãe de amor, de dor e de misericórdia, rogai por nós!

            E logo após Completas, antes de se retirar para a sua Cela, diante da “imagem principal” de Nossa Senhora das Dores, cada irmã reza individualmente três Ave Marias pedindo a intercessão de Nossa Senhora para a santa perseverança na vocação.

Livros

O Caçador de Almas

São Paulo da Cruz

Apóstola do Amor

Venerável Madre Madalena de Jesus Sacramentado, CP

Uma amiga de Santa Gema

Madre Josefa do Sagrado Coração, CP

Uma violeta no jardim da Paixão

Ir. Maria do Preciosíssimo Sangue , CP

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